O que a IBM fez quando um teste de conceito apontou que a ideia estava à frente do seu tempo?
A IBM é uma das empresas mais importantes do mundo quando o assunto é computação e tecnologia. Suas siglas significam International Business Machines e desde a sua fundação em 1888 se agiganta com novas soluções.
Contam nos bastidores do Vale do Silício, que na década de 1980 a IBM queria levar ao mercado uma solução que substituiria de vez as máquinas de escrever pelos computadores pessoais, uma novidade que ainda buscava argumentos para justificar o investimento.
Uma das ideias da equipe de engenheiros foi desenvolver uma solução que substituiria a digitação pelo ditado. Ou seja, a pessoa falaria o que desejaria transcrever ao documento e automaticamente o computador registrava. Muitos eram os porquês que justificariam o sucesso do programa. A possibilidade de realizar outras tarefas manuais ao mesmo tempo, era um deles.
Esperava-se assim uma troca definitiva das máquinas de escrever pelos PCs, com uma tecnologia patenteada, que nenhum outro concorrente alcançaria em médio prazo.
Mudar a rota não precisa ser uma mudança de destino.
Mas antes de começar a desenvolver, os engenheiros da IBM realizaram uma Prova de Conceito. Em uma sala, chamaram muitos profissionais. Secretárias, jornalistas, estudantes, professores, executivos e outras pessoas que poderiam ser clientes do software. Com cada um deles, pediram que simulasse como seria a rotina com o novo programa. Enquanto a pessoa ditava o que deveria digitar, em baixo da mesa havia um funcionário escondido que digitava o conteúdo, que aparecia na tela em tempo real, surpreendendo o usuário. Porém, em todos os casos, o relato foi que embora a experiência fosse ótima, era mais desgastante e invasivo ficar falando o conteúdo.
Após coletar todos os feedbacks a IBM entendeu que não valeria a pena dar sequência ao projeto com este objetivo. Anos depois é extremamente natural ao nosso dia a dia a tecnologia Closed Caption nos televisores, e os Speech to Text, como GPS, Whatsapp, Gmail, Siri e o próprio Watson, da IBM.
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