No final de semana dos dias 25 e 26/08 veio à tona o primeiro grande caso de manipulação da opinião pública das eleições deste ano. Ao que tudo indica, campanhas ligadas ao PT utilizavam influenciadores pagos para emitir opiniões e compartilhar conteúdos definidos pelo partido. Convidando usuários inicialmente para “discutir assuntos ligados à esquerda”, a rede revelou-se um esquema direcionado apenas a promover temas de campanha daquele partido, em um formato de propaganda paga que a princípio caracteriza-se como crime eleitoral.
>> Veja o histórico do caso Follow / Lajoy e acompanhe os desdobramentos
Nós, da Action Labs, temos a obrigação de colaborar com este debate. Como profissionais de comunicação, especialistas em produtos digitais, mídias sociais e idealizadores da Mobnex, uma plataforma sendo utilizada em campanhas de todo o país. E não podemos ter um posicionamento diferente do mais absoluto repúdio e da mais esperançosa expectativa de que as más práticas sejam punidas.
Enquanto plataformas como a Mobnex são aceleradoras da comunicação entre os cidadãos, e eficazes ferramentas de campanha, esquemas como o FollowNow, da agência Lajoy, são o mais antigo modelo de corrupção política – o que se aproveita de necessidades dos cidadãos para comprar sua fidelidade. Ao invés de oferecer propostas e soluções, e assim conquistar o coração de defensores de suas ideias, estes políticos oferecem dinheiro para influenciadores propagarem suas mensagens, simulando uma iniciativa popular espontânea. Isto não apenas vai contra a legislação eleitoral, como também é antiético e antidemocrático.
É para este tipo de político – e de “profissionais da política” – que a pobreza e a ignorância são os campos de jogo. É esta classe de homem público que se beneficia com o aumento do desemprego, o aprofundamento da crise e a perpetuação da miséria humana. Afinal, os influenciadores que a isso se sujeitaram são pessoas agora com tempo livre e necessidades financeiras. Elas não são em nada diferentes das vítimas do coronelismo no Brasil de há muito tempo atrás.
Nós, que idealizamos a plataforma Mobnex a partir de princípios democráticos e de mobilização de grandes campanhas, repudiamos qualquer esquema de propaganda irregular, venda de opiniões e compra de votos. Tivemos o privilégio de discutir estratégias de mobilização com a equipe do Presidente Obama e estudar os conceitos que moveram a Primavera Árabe. E estas experiências nos fazem acreditar profundamente na democracia – não apenas em época de eleição, mas como uma dinâmica de interação entre cidadão e homem público. Fundamos um modelo de plataforma que reduz o atrito de comunicação entre a classe política e a sociedade e, ao contrário de esquemas mal intencionados, privilegia a verdade de cada um em detrimento de fatos manipulados.
Nosso objetivo é o de permitir que o cidadão comum participe da vida política com mais intensidade. Na medida em que isso acontece, o discurso ensaiado de grupos partidários contratados e de politiqueiros profissionais é diluído na multiplicidade de opinões de cidadãos politicamente ativos. Cidadãos que produzem riquezas com sua força de trabalho, ensinam nas escolas, cuidam de suas famílias, criam empresas inovadoras. Nossa plataforma dá a todos a oportunidade de se engajar politicamente, mesmo não sendo um profissional da política. Porque acreditamos que, independentemente das ideias deste ou daquele candidato, é a qualidade da relação entre políticos e cidadãos que deve mudar.
Alguns homens públicos já compreenderam esta mudança. Comprovamos isso em diversas das campanhas que utilizam o Mobnex, e isso nos enche de esperança.
Mas outros ainda estão longe de compreender a magnitude das transformações, e insistem na política da ignorância. E isto nos entristece e indigna. Mas acreditamos sinceramente que este já é um caminho sem volta. E esperamos a justiça (não apenas a eleitoral) faça a sua parte.
Equipe Action Labs/Mobnex
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