A dualidade da mente e das relações humanas retratadas em Hereditário, peça de Paulo Renato

Cena da peça Hereditário

Escritor nato, o labber nunca escondeu a sua paixão por literatura e dramaturgia. Sua obra foi encenada no Festival de Teatro de Curitiba

Paulo Renato Oliveira gostava de escrever textos teatrais entre uma aula e outra do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Paraná. Entretanto, sem maiores direcionamentos para sua produção, foi acumulando textos na gaveta. Anos depois, em 2011, já formado e trabalhando, descobriu no material de divulgação do Sesi o Núcleo de Dramaturgia Sesi Paraná, que procurava novos autores paranaenses para compor um centro de estudos e produção teatral.

Leia a peça Hereditário, na íntegra, aqui.

“Hoje vejo como o núcleo supriu uma demanda que existia de pessoas interessadas em dramaturgia. Talvez nunca tivesse retomado esses textos que escrevi na faculdade sem um ambiente propício como aquele”, comenta Paulo, hoje co-founder da Action Labs.

Sua peça Hereditário foi lida durante a mostra Sesi Dramaturgia, em abril de 2011, que tinha como proposta não só avaliar a percepção do público a novos textos e dramaturgos, mas principalmente formar uma cena local.

Hereditário trata da mente humana, e as infinitas nuances entre a sanidade e a instabilidade, a absoluta normalidade e a mais sombria loucura. E as relações humanas que nos condicionam a isso. “Do mal de que sofremos hoje, a pulsação não indica qualquer sintoma. A peste a se tratar não altera a temperatura, nem causa bulbos sob a pele. Mas ainda assim é uma peste e, ainda assim, contagiosa.”

Já naqueles tempos, Paulo via grande valor na leitura de sua peça. “Eu tenho expectativa de que os grupos de teatro que têm seus processos de montagem se interessem pelo texto. Mas minha expectativa principal é ter o texto montado para que isso faça parte do meu aprendizado”, falou ele à Gazeta do Povo, em reportagem da época. “Grande parte dos espectadores é da classe artística, mas o interesse em comum pela palavra, pela concepção do texto, é o que vai trazer as pessoas para assistir”.

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